domingo, 11 de janeiro de 2015

Sertãozinho/SP registra um número recorde de pessoas com HIV

A Secretaria da Saúde de Sertãozinho registrou um aumento de 144% no número de novos casos de Aids na cidade. Em 2014 foram 44 notificações contra 18 novos casos em 2013.

Este é o maior número de casos registrados em um único ano na cidade desde 1989, data em que começaram as notificações do HIV.

Só nos nove primeiros dias do ano em Sertãozinho, já foram confirmados três novos casos de infectados pelo vírus.

Segundo a Secretaria, o maior número de confirmações ocorreu na faixa etária de 15 a 34 anos, em indivíduos do sexo masculino.

A coordenadora do Programa DST, a infectologista Renata Abduchi, os jovens baixaram a guarda para o HIV. “Na verdade eu vejo que os jovens não estão nem preocupados com esta questão de proteção. Hoje se fala na Aids como a doença de um comprimido, mas essa não é a realidade.”

Sexo
Um homem de 30 anos que contraiu o HIV há pouco tempo, explica que sempre realizou o teste e descobriu ser portador da doença há três meses, após o término de um relacionamento.

“Eu iniciei minha vida sexual com 21 anos, sempre que eu tinha relacionamento com alguém procurava fazer o teste. Fiz exame no final de 2013 e não deu nada, porém em 2014 descobri que tenho HIV”, disse.

O jovem que ainda luta para aceitar o diagnóstico, acredita que contraiu a doença por fazer sexo sem o uso do preservativo. “Acho que eu peguei durante a relação sexual. Sei que é perigoso, mas preferi fazer o sexo sem camisinha.” De acordo com a Secretaria da Saúde, nos últimos dois anos, a prevalência da confirmação de novos casos se deu entre os homens, sendo 10 casos confirmados em 2013 e 28 casos em 2014. Os dados também revelam que a principal via de transmissão é por relação sexual.

A Secretaria ampliou o número de testes realizados por mês. Hoje são quase 400. Este fator pode ter contribuído para o surgimento dos novos casos. “Fazemos testes itinerantes. A equipe vai até a comunidade para fazer os exames e, com isso, temos descoberto as infecções”, explicou Abduchi.

40 mil preservativos mês

Para tentar conter o avanço da doença, os integrantes do Programa DST/Aids, realizam a distribuição de kits de redução de danos e de preservativos em toda rede municipal de saúde. Por mês são disponibilizados nas UBSs e em ações realizadas pela Secretaria da Saúde, quase 40 mil preservativos, tanto masculino, quanto feminino.

Além dos preservativos, kits contendo protetor labial, água, lubrificantes, preservativos e folhetos são distribuídos gratuitamente na cidade.

“Temos um trabalho de redução de danos em campo e que pretende atingir as pessoas mais vulneráveis ao vírus, como usuários de drogas e mendigos. Todas as Unidades Básicas de Saúde recebem preservativos”, explicou Renata Abduchi.

O trabalho de prevenção também conta com um teste rápido. Em pouco mais de 40 minutos, o paciente fica sabendo se é portador de outras doenças além do HIV. “O teste é gratuito. Assim conseguimos mesmo sem nenhum tipo de sintoma iniciar o tratamento.”

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