quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Não sou um coitadinho

Rodolfo Bottino atuou em diversas novelas da Globo nos anos 1980 e 1990 como "Ti Ti Ti" (1985), "Lua Cheia de Amor", "Bebê a Bordo" e "Deus nos Acuda", entre outras
A entrevista a seguir aconteceu no restaurante Assis, no Cosme Velho, zona sul do Rio, onde Bottino, toda terça-feira, dá aulas de gastronomia para leigos. Antes de preparar um delicioso ceviche com purê de batata-doce e um peito de frango no gergelim, o ator relembrou momentos marcantes de sua vida e as lições que assimilou. "Não tenho medo de morrer, só não quero morrer agora. Está bom aqui. Não quero ser exemplo para ninguém. Odeio ser chamado de coitadinho", afirma.

Bottino é inquieto. Em quase duas horas de bate-papo, fuma três cigarros, bebe duas xícaras de café bem forte e bebe um copo de água. Fora da televisão, está escrevendo dois livros, um de culinária e um de ficção. "O personagem mata as pessoas e depois as cozinha", ri. É com este mesmo sorriso, de quem ri da vida - e para a vida - que Bottino segue a sua. "Não tenho memória para a dor", sentencia.

iG: O filme no qual você faz uma participação trata de uma possível volta ao passado. Tem vontade de viajar no tempo? 
RODOLFO BOTTINO : Apesar de ser aquariano, nunca gostei desse tipo de assunto. O que é o tempo? É um mistério. Mudar o andamento da história pode ser uma grande cagada. As coisas são erradas porque devem ser erradas. Ninguém é certinho, nem minha mãe é.

iG: Então se tivesse esta oportunidade não mudaria nada na sua vida ? 
RODOLFO BOTTINO : Te respondo com um paradoxo. Mudaria várias coisas só por saber que não posso mudar. Para dar um exemplo prático, não teria feito a faculdade de engenharia civil. Amo matemática, é bom para decorar texto. Só. Não construo edifícios. Teria feito psicologia ou filosofia. Era uma época com forte tendência hippie.

iG: Como você participou do movimento hippie? 
RODOLFO BOTTINO : A gente falava que era hippie, mas comprava jeans da moda. Usávamos o capitalismo para mostrar que éramos hippies. Isso então não é ir contra o sistema. O movimento hippie chegou ao Brasil de forma diferente do que foi vivido pelos americanos. As coisas chegavam aqui com certo 'delay'.

iG: O que traz daquela época? 
RODOLFO BOTTINO : Acho que a ideologia 'paz e amor'. Nada mais. Adoro dinheiro, ir a Paris gastar com coisas bacanas, cozinhar alta gastronomia. O movimento hippie surgiu na onda da guerra do Vietnã. Os americanos estavam envolvidos sim com o desabamento das torres gêmeas. Você pode achar que é teoria da conspiração. Mas americano está sempre envolvido com o dinheiro, com a guerra.

iG: Tendo vivido uma época efervescente, atualmente sua geração encaretou? 
RODOLFO BOTTINO : Minha geração encaretou muito! Sabe o que acontece? O jovem quer o novo, tem que experimentar tudo. Porque depois de velho fica uma merda experimentar as coisas. O quarentão vai ficando canônico, porque não sabe o que responder ao filho. E o velho não tem nada a perder, principalmente os que já experimentaram tudo.

Para ver a reportagem completa é só acessar o site: http://gente.ig.com.br/rodolfo-bottino-nao-sou-um-coitadinho/n1597200976333.html

Fonte:IG /Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro 



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